terça-feira, 7 de agosto de 2012

O BENZEDOR JONAS GAÚCHO

Aos 91 anos, Jonas cuida de afastar 'cobreiro, erisipela e mau olhado'

Da reportagem
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Na porta de casa na rua Amparo, a placa anuncia: "Benzedor, atendimento segunda, quarta e sexta". Ali é o local de "trabalho" de Jonas Miranda, o gaúcho benzedor que mora na Vila Carvalho desde 1963. "Vêm pessoas de todos os cantos, não tenho nem ideia de quantas já benzi. Não cobro nada, Deus me deu esse dom", comenta.

Com o crucifixo na mão, jaleco branco e cocar de índio, ele reza para crianças e adultos. "Benzo de cobreiro, erisipela a mau olhado", diz. Sempre vestido de bombacha, chama atenção dos estranhos na rua. "Não ligo, ando do meu jeito. Assim é minha raça."

Mas os vizinhos já se acostumaram. "Eles perguntam cadê o homem de bombacha?", conta a esposa, Felisberta Martins Miranda, 80. Jonas conserva a tradição de suas origens desde que se mudou de Porto Alegre para a região de Batatais, ainda criança. Vaidoso, além do traje típico usa anéis em quase todos os dedos e dois relógios no braço esquerdo. "Mas vou comprar outro que vi no Centro", fala.

"Todos os dias ele levanta cedo e, antes do café, já limpa os anéis. Toda vida foi assim", conta a esposa.


Eis um exemplo de como a manifestação da arte de benzer pode ser bem diferente, seguindo um estilo muito pessoal. 


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