segunda-feira, 1 de julho de 2013

CORRUPÇÃO FARMACEUTICA

Será realmente que estamos no caminho correto? É esta medicina avançada que temos em pleno 2013? Após ver (indispensável tarefa) o link da excelente reportagem, como confiar neste tipo de abordagem? Quais são os interesses que estão movendo parte de nossa ciência?

As questões são inúmeras, eu tenho boa parte das respostas e você deve tentar construir as suas, pois já lhes dei aqui muita informação para fazê-lo.

Gostaria de lembrar que NUNCA tenho objetivo de generalizar uma comunidade inteira de médicos, nem mesmo das especialidades. Acho sim que fazemos parte de uma área nobre e que as exceções existem em todos os segmentos infelizmente para o mal, felizmente para o bem. Também não quero que pensem que sou absolutamente contra um ou outro tratamento, mas existem indicações individualizadas. Aos colegas médicos que sentirem-se "ofendidos" minhas sinceras desculpas, entretanto meu compromisso não é com vocês, mas com a Medicina e o ser humano e você deveria ser também. Em nenhum momento fui agressivo ao geral, mas sim a condutas e protocolos.

A você, que está lendo este post, agradeço por fazer parte de uma corrente em busca de mudanças. Agradeço o interesse pela saúde e peço que compartilhe, principalmente as reportagens, pois precisamos acordar para uma realidade diferente. É injusto generalizarmos classes, porém se quisermos justiça devemos fazer a nossa parte para atingi-la.

Esta ligação tão próxima de indústrias farmacêuticas com médicos, os pagamentos de comissões, aquele programa "ROPP" que contabiliza, identifica e recompensa os profissionais que mais receitam um ou outro fármaco, que paga congressos, jantares, reformas e enchem os consultórios médicos de representantes com suas amostras "grátis" não são o caminho correto e todos nós sabemos disto.

Fica também a pergunta: você acha que uma emissora que recebe milhões de reais dos laboratórios, faria uma reportagem como esta? E acha também que programas como "Fantástico", nunca aceitou quantias enormes de propinas para que escândalos envolvendo seus medicamentos fossem abafados? E que também nunca recebeu para realizar reportagens que colocassem os médicos que não prescrevem tais drogas, e buscam evitar seus excessos, como sendo errados e "perigosos"?

Só para que vocês tenham idéia e que possam refletir muito a respeito disto, principalmente vocês estudantes de medicina e médicos que me acompanham, vou compartilhar com vocês um dado interessante. Em 2008, senso apurado demonstrou que houveram 20.500 mortes devido à medicamentos aprovados pela agência reguladora dos Estados Unidos. Por outro lado, nenhuma morte devido à suplementos desaprovados pela mesma agência. Lembro que medicamento é considerado tudo aquilo que não existe na natureza e foi criado pelo homem, ao passo que suplemento, tudo aquilo que já existe na natureza e pode ter sido simplesmente concentrado, portanto NAO PODE SER PATENTEADO PELAS INDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS. E aí, já entendeu o motivo pelo qual ninguém tem interesse em suplementos, vitaminas, minerais, antioxidantes?




Abaixo uma das centenas de declarações que cabem neste contexto:


Entrevista completa: http://www.esquerda.net/artigo/farmacêuticas-bloqueiam-medicamentos-que-curam-porque-não-são-rentáveis



- See more at: http://www.blogdodrvictorsorrentino.com/2013/06/a-mafia-da-doenca-no-brasil.html#sthash.k9r2VLEO.dpuf

quinta-feira, 30 de maio de 2013

ENTREVISTA COM BRUXO IBÉRICO

F.Silva - Qual Seu nome Social?

Raven - Meu nome civil é Everson Romero

F.Silva - Qual nome pagão?

Raven - O nome pelo qual sou conhecido na comunidade Pagã e Bruxa é Raven Luques McMorrigú. Raven evoca o animal totêmico da Mãe de meu Clã, que é o Corvo. Luques é o nome do Clã galego-celta do qual descendo, através de minha bisavó, Dolores Luques, sevillana de raiz galega. E McMorrigú evoca a condição de descendente da Soberana Rainha dos Corvos de Batalha, que junto a Lugo, forma o Casal de Deuses honrados na tribo celta galega da qual descendo.

F.Silva - Idade?

Raven - Trinta e um no registro, e variável a depender do rumo que meu Espírito tomar....

F.Silva - O que você faz da Vida e para a Sociedade Comum?

Raven - Sou Arteiro. É como me defino: sou costureiro, feiticeiro ( faço poções por encomenda ), perfumista ( faço perfumes artesanais, óleos ritualísticos e de massagem, entre outros ), tarólogo, quiromante, cafeomante, oniromante ( interpreto sonhos ), artista plástico ( pinto ícones, que são quadros representando Deuses e Santos, e também faço vassouras típicas de Bruxas, etc ), já ministrei cursos sobre noções básicas de Bruxaria e Feitiçaria, e por aí vai... sou Artista e Feiticeiro, ou seja: Arteiro! ;)
No mais, sou um cidadão consciente de meus deveres e direitos, trabalho, pago impostos, voto, contribuo para o crescimento de minha Família, de meu Clã, de minha cidade, de meu estado, de minha Nação. Trabalho localmente e penso globalmente.

F.Silva - Como foi a sua infância?

Raven - Como nascido e habitante de uma cidade interiorana, foi uma infância bem legal, com muita brincadeira, passeios em áreas verdes. Foi bem lúdica, ao contrário do que vemos hoje em dia: crianças já nascem com modem. Eu cheguei a subir em árvores, a brincar em meio à Natureza, convivi com animais e plantas, desenhei muito, pintei e bordei, e comecei cedo a ser treinado na Arte. Com 10 anos, já lia Tarot e estudava Mitologia e Magia. Bruxos de minha linhagem se desenvolvem desde muito jovens.


F.Silva - Hoje você se considera um adulto, e que tipo de adulto você seria?

Raven - Na cultura de meu povo, já se é considerado adulto desde os 13 anos. Um rito de passagem demarca isso. Comigo foi assim. Depois, aos 18 recebi a primeira Iniciação, e aos 23, a segunda. Não sei se há tipos diferentes de adultos. Há tipos diferentes de pessoas. Quem me conhece pode falar a meu respeito. Me considero uma pessoa tranqüila e do bem. Cuido de mim e dos meus, não invado o espaço do outro, e exijo que respeitem o meu espaço. Até porque, quem o invade, acaba descobrindo que posso ser tranqüilo e do bem, mas quando preciso defender a mim e aos meus, viro no CÃO bonitinho, e com uma eficiência a toda prova... ;)
É a velha história: respeito o calo dos outros, e quero que respeitem os meus. No geral, sou tolerante, amigável e cortês. Mas sei também deixar CLARO quando não gosto de algo ( como todo ibérico, aliás, rsrsrsrs ).


F.Silva - O que é o “Paganismo Hoje” pra você?

Raven - Paganismo é um rótulo generalizado para espiritualidades ligadas aos ciclos naturais, da Terra, assim como ao Culto dos Ancestrais. Para mim, “Paganismo Hoje” é o mesmo para todos aqueles que tem olhos que vêem e não apenas olham: um conjunto de espiritualidades ligadas aos ciclos naturais e ao Culto dos Ancestrais, que em sua maioria, passaram por releituras no que toca a formas, a práticas, a rituais, seja para se adequar às legislações modernas ( em muitos países, sacrificar animais é proibido, por exemplo ), seja para se adequar a novos conceitos, que a própria sociedade moderna apresenta. Muitos dos rituais de tradições religiosas Pagãs, em sua origem, foram compostos para atender a necessidades que, hoje em dia, não mais temos. Cabe a nós, hoje, fazermos uma releitura sobre tais práticas, e ver em que sentido podemos trabalhá-las, de forma a permanecerem fazendo sentido. Além disso, devido às necessidades surgidas no Mundo moderno, novos conceitos e práticas rituais acabam surgindo, para atender a essa demanda ( afinal, estamos em evolução, tal como nossos Ancestrais assim o desejaram, em seus antigos rituais, eras atrás ). No entanto, há práticas rituais que, mesmo parecendo afazeres totalmente obsoletos, encerram em si conceitos espirituais ancestrais, que devem sim ser resgatados e/ou mantidos. Como exemplo, posso citar o ritual da Sementeira, do povo Amazighe das Ilhas Canárias, que é até hoje praticado: sacerdotes e sacerdotisas desse povo abrem sulcos na terra com arados ou bastões com chifres de cabras presos, e aram o solo, onde depositam as sementes junto com oferendas à Mãe Terra. Mais do que o simples trabalho de plantio, seguindo métodos arcaicos, tais práticas se configuram em ritos ancestrais, que renovam o Pacto desse povo com os Deuses e Espíritos da Terra e do Céu.


F.Silva - E o que você mudaria no Paganismo?

Raven - Nada. A Tradição é o que é. Mudo sim, aquilo que me cabe mudar, dentro de minha missão como Sacerdote da Tradição Ibérica, tal como a herdei: mudar aquilo de material que é necessário mudar, para se manter o conceito, a essência da Tradição em si. Isso sempre foi feito, e todo Guardião da Tradição deve estar sempre preparado para operar tais mudanças, quando necessário. No mais, o que pode ser mantido, assim o é, com zelo, amor e honra.

F.Silva - Você poderia falar um pouco sobre a Arte que você pratica?

Raven - A Bruxaria que pratico reúne aquilo que herdei de meus Ancestrais, sejam eles ibéricos, mouros, celtas, romanos, judeus, indígenas brasileiros, etc. Sou o fruto das infinitas alquimias operadas no sangue que herdei. Essa mistura é condição humana: não há povo que não seja a mescla de outros mais. Logo, todo ser humano é mestiço. Isso é antropológico, e quem nega isso, é porque não conhece de facto Bruxaria ( assim como História, Antropologia, Etnologia, etc ). Sendo assim, com a cultura humana, se dá o mesmo: culturas se fundem e se mesclam. Pratico rituais mágico-religiosos ibéricos, celtibéricos, galegos, lusitanos, mouros, e por conviver com Stregone, com Wiccans, com Xamãs, com Umbandistas, com Ciganos, entre outros, acabo aprendendo novos rituais e conceitos com eles, tanto quanto também ensino. Esse intercâmbio, essa troca, SEMPRE existiu, e é fator comum a todas as linhagens Bruxas, sejam ibéricas, italianas, britânicas, sejam bascos, celtas, indígenas brasileiros, africanos, etc. Mantenho os rituais religiosos Pagãos Ibéricos, honrando os Antigos, mas sempre estou aberto para honrar outros Deuses, de outros povos, tal como todo verdadeiro Pagão sempre o fez.


F.Silva - As suas práticas podem ser consideradas “Hedge Witch Craft” (Algo como Bruxaria Solitária com um freme mais tradicional, voltado para a Bruxaria Tradicional Britânica) ou você poderia se considerar um “Cunning Man” (Homem Sábio, curador...)?

Raven - Talvez um pouco de cada coisa, pois apesar de celebrar rituais mágico-religiosos com demais pessoas ( familiares e amigos ), meu Caminho Iniciático é pessoal, idiossincrático e intransferível. Ninguém pode gozar nem sofrer por mim, logo, é algo que trilhamos com nossos próprios pés. E como sou procurado para resolver certas questões físicas, espirituais, energéticas e emocionais através de minha Arte Feiticeira ( via benzimentos, amuletos, feitiços, poções, filtros, elixires e óleos curativos, exorcismos, etc ), também procede a comparação com os Cunning Men. Sou exactamente isso: um Bruxo, palavra portuguesa que advém do mirandês e do galego, e que por sua vez, se originou do espanhol “Brujo ( a )”, cujo significado é “Aquele ( a ) que sabe mais” ( do latim “Plusscios”: Plus/mais + Scios/ciência = “mais ciência”, “mais saber”, segundo o saudoso Julio Caro Baroja, historiador e professor de História da Universidade de Madrid, e um grande especialista em Bruxaria ). O Bruxo ( ou Brujo em castellano, ou Bruixo em catalão ) é o Cunning Man Ibérico, o Xamã dos portugueses e espanhóis. Só antropologicamente que tal termo passou a se generalizar: é por isso que existem Bruxos Italianos, Bruxos Bascos, Bruxos Britânicos, Bruxos Mouros. Tal como o termo xamã, que define o Cunning Man de tribos norte americanas ( ainda que nenhum povo norte americano chame seu Homem Sábio pelo nome “Xamã” ).

F.Silva - Você seria um Bruxo Tradicional?

Raven - Sim, como disse anteriormente: sou Bruxo, por assim ter nascido, por assim ter sido treinado e assim ter sido iniciado. Sou Bruxo, pois este é o nome dado ao Homem de Saber dos portugueses e espanhóis, povos dos quais advém meu sangue, além de demais origens étnicas que possuo ( indígena brasileira, marroquina, etc ). E sou Tradicional, pois a Bruxaria que pratico eu herdei daqueles que me iniciaram.

F.Silva - O que é Tradicionalismo ou Tradição?

Raven - Tradicionalismo é buscar um estilo tradicional. Já a Tradição é a Herança. E quem a herdou é tradicional, diferente do tradicionalista, que não herdou, mas busca um estilo tradicional.

F.Silva - O que é Bruxaria Tradicional para você?

Raven - Um conjunto de Escolas de Ofícios. Com esse termo, não me refiro a instituições voltadas ao exoterismo, com a fachada decorada como um castelo medieval de festa de aniversário infantil, mas sim de Oficinas de aprendizagem dos antigos conceitos, repassados através de simbolismos e práticas cotidianas, de cunho religioso ou não. E tais oficinas não precisam ser necessariamente sediadas em um local decorado para tal: antigos ofícios práticos, tais como os de sapateiros, alfaiates ( como no meu caso ), cozinheiros, pedreiros ( origem da Maçonaria ), domadores de cavalos, caçadores, etc, são possuidores, em muitas famílias e demais grupos, de tal herança tradicional, não só operativa, como também especulativa. Também envolve Saberes e práticas repassados apenas em linhagens familiares, com maior ou menor sincretismo com conceitos e simbolismos de religiões abraâmicas ( judaísmo, cristianismo e islamismo ), entre outros. Sendo assim, Bruxaria Tradicional não é sinônimo de “religião pagã”, ou de “religião celta”, entre outros equívocos. Ela engloba tanto crenças e práticas religiosas quanto ofícios práticos, independentes de religiosidades. Nem todos os Bruxos Tradicionais vêem a Bruxaria como religião, por vários motivos. Pra citar alguns:
a) Por serem linhagens que trabalham com a Fé Dupla, dentro de uma compreensão Luciferiana ( Bruxaria per se ), ou então por conta da prática de sincretismo ( algo presente nas mais variadas culturas, inclusive entre os povos europeus, e de forma gritante ainda ), que se mostra em linhagens Bruxas Cristo-Pagãs ( que os mais disparatados não confundam isso com “wicca cristã” );
b) Por serem linhagens que mantém a Fé que herdaram de seus pais, e sendo a mesma Fé comum ao povo, não buscam mudar de religião para lidar com a Arte, pois esta Arte lhes foi transmitida dentro do universo cultural de tal Fé. Um exemplo disso, é a Benedicária, na Itália, uma Tradição Mágica baseada em conceitos, simbolismos e práticas religiosas católicas, onde pessoas que nascem com o Dom ( tal como Bruxas e Bruxos Pagãos ) são iniciadas por Mestres ( geralmente os mais Velhos da Família ), e aprendem os significados e valores mágicos de instrumentos, tais como velas, imagens de santos, rosários, óleos bentos, assim como ervas, pedras, partes de animais, etc. São pessoas procuradas por suas comunidades para resolverem diversos problemas e curarem os mais variados males do corpo e da alma....ou seja, Bruxaria PURA ( e aqui no Brasil, encontramos correlatos entre as Benzedeiras, Rezadeiras e Curandeiros populares, que são dignos representantes da Bruxaria Tradicional Brasileira ) ;
c) Ou por se tratar de linhas tradicionais que ensinam que não há necessidade alguma de se praticar alguma religião ( do latim, “religare”: ligar novamente ), pois os Bruxos de tais vertentes entendem que nunca se desligaram das Forças Primordiais, representadas na Natureza. Logo, não vêem sentido algum em ter de se re-ligar com tais Forças, com os Deuses, enfim, pouco importando como se vai chamar tal conceito.
O que fica claro é: Bruxaria Tradicional define INÚMERAS formas de prática, inúmeros conjuntos de conceitos, de saberes. Tanto pode estar associada a cultos religiosos pagãos ( celtas, ibéricos, romanos, gregos, nórdicos, etc ) ou cristãos, ou muçulmanos, entre outros, ou mesmo não estar ligada a nenhuma crença religiosa.

F.Silva - As Pessoas na sua Família praticam a Bruxaria em conjunto com você ou separadamente?

Raven - Nem todos os que nascem em uma Família de Bruxos são Bruxos Iniciados, nem possuem o Dom desperto na mesma proporção. Somente aqueles que são iniciados na Tradição Familiar é que tomam conhecimento do Saber Ancestral. Logo, nem todos de minha Família são praticantes de Bruxaria. Mas há tradições sincréticas, tais como danças rituais em louvor a determinados santos ( associados a antigos Deuses de nossos Ancestrais Ibéricos ) e demais ritos e orações, que são de usança geral do lado lusitano e luso-descendente de minha Família. Portanto, há ritos que celebro solitariamente, assim como outros apenas na presença de certas pessoas, e outros mais ainda diante de toda família e/ou publicamente. Há costumes que são heranças do Povo né...

F.Silva - Qual o grau de importância tem os Antepassados na sua família ou pra você?

Raven - Total, pois o Culto aos Mortos é a base das mais antigas formas de Bruxaria ( assim como das mais antigas crenças e práticas religiosas ). Nós somos a prova de que nossos Ancestrais venceram: somos a continuação deles. Se estamos vivos, é porque todo o esforço e luta deles, para garantir a própria sobrevivência e a sobrevivência de seus filhos, foi alcançado. Os Ancestrais nos legaram o Saber e o Dom através do sangue. Nosso sangue é o Domicílio deles, tal como eu cito em meu vídeo “Terra e Sangue – Raízes da Bruxaria Tradicional”. Enquanto vivermos, eles também viverão, tanto quanto nós seremos eternos através de nossa descendência. Os Ancestrais são os maiores interessados em nosso sucesso, pois somos nós, seus descendentes, que mantemos o seu culto. Nossa Vitória é a Vitória deles. E assim sendo, nossos descendentes se reportarão a nós da mesma maneira. Somos os Ancestrais de amanhã.


F.Silva - Você acredita em todas as pessoas que se dizem tradicionais ou tradicionalistas no Brasil? Ex.: Marcia Frazão (Cito Marcia Frazão por ser um exemplo de Bruxa dita Hereditária pública) ou você acha que os tais reais Bruxos Tradicionais se mantém no anonimato por acreditarem que não há necessidade de exposição?

Raven - Não discuto pessoas. Discuto idéias. Cada um sabe de si, e a coerência de cada um com aquilo que evoca e arroga a si, falará através de atitudes, de discursos, enfim. O fruto fala da árvore, inclusive por possuir, em sua semente, todo o DNA dela. Quando menciono Bruxos Tradicionais, me refiro àqueles que de facto herdaram a Tradição em Casa, ou em sua peregrinação pelo Mundo... mas que a herdaram! Exclui-se desse meio, evidentemente, aqueles que se dizem tradicionais, que chegam inclusive a fazer sites e listas de discussão, a lançar livros, a querer arregimentar pessoas em grupos, em associações, conselhos, federações e coisas do gênero... até supostas “igrejas de bruxaria” andam fundando, com a pretensão de arregimentar todas as denominações de Wiccans e Bruxos... mas daí, você dá uma mirada nas propostas de tais grupos e/ou tem uns 5 minutos de prosa com tais indivíduos ( ou até menos que isso ), e acabamos percebendo que tem alguma coisa errada ( ou como diz um amigo meu: fizeram fora da casinha...rsrsrs :p ). Enfim, charlatanismo sempre existiu, e em todos os meios, em todas as profissões, em todas as religiões...
Cada Bruxo Tradicional sabe de si. Portanto, haverão aqueles que querem ficar no anonimato, assim como haverão aqueles que não vêem problema algum em se expor. Até porque, há várias linhagens de Bruxos Tradicionais que se expõem publicamente, o que não quer dizer que abrem os seus Mistérios a todo Mundo. Uma coisa é Mistério; outra é segredo. E Mistério é para ser vivido intimamente, internamente, pessoalmente, pouco importando se tal vivência se dará em rituais públicos ou privados ( os antigos Cultos de Mistérios Pagãos, que são raízes de muitas linhagens Bruxas Tradicionais, são um ótimo exemplo ). Outros três exemplos, contemporâneos a nós, de Tradições Mágico-Religiosas de Mistério, que se configuram em Bruxaria Tradicional, são: o Candomblé, a Magia Cigana e a Benedicária.
Candomblecistas mantém uma Tradição familiar, repassada de geração a geração ( mesmo quem ingressa em tal caminho, oriundo de outras culturas, é aceito e feito filho da casa – mas isso é melhor compreendido por aqueles que de facto re-conhecem tais Mistérios ). E assim, a Tradição é repassada, no interior da camarinha, no coração do Barracão...
Entre os ciganos, encontramos também uma Tradição Bruxa, onde o Dom é legado às novas gerações, juntamente com os fundamentos, costumes e valores desse povo... e eis que a Tradição é repassada no interior da Tsara... e isso é, também, assunto de quem é de dentro...
Na Benedicária ( sobre a qual falei anteriormente ), a Magia é repassada dentro do Clã. E as práticas de benzimento dos Magos de tais linhagens italianas são feitas diante de todos: mas as palavras de poder, que são um dos Domicílios do Mistério central de sua Tradição, são pronunciadas baixinho, sussurradas, quase inaudíveis... nós aqui no Brasil BEM conhecemos isso, através das Benzedeiras, Rezadeiras e Rezadores de nosso Povo. Eles não oficiam seus ritos às escondidas, nem escondem sua condição de praticantes desse Ofício Mágico-Religioso. O que não quer dizer que abrem TUDO o que herdaram a todos! No caso dos praticantes da Benedicária, na Itália, o rito de Iniciação deles é feito à parte, longe dos olhos e/ou dos ouvidos dos de fora. É quando os mais velhos ensinam os benzimentos, as palavras de poder, assim como as curas tradicionais de sua Família, aos mais novos. Isso geralmente é feito na Noite de Natal ( o Portal Solsticial de Inverno, para que o novo Mago renasça junto com o Sol ).
Igualmente, Bruxos hereditários ( dentro de um contexto europeu e euro-descendente, mas também aplicável a demais casos – antropologicamente falando – já citados por mim ) são herdeiros da Tradição ( o significado de “Traditio” torna isso uma óbvia redundância ), repassada também de uma geração a outra, no limiar entre os Mundos, evocado aos pés do Larário, ou ao redor da fogueira, que arde no centro da Encruzilhada, etc ( mais uma vez, quem conhece os Mistérios, dispensa explanações sobre ). Assim tem sido, pelos milênios afora, independente da crença ou descrença dos de fora.
Sendo assim, haverão Bruxos Tradicionais que pertencem a um meio cultural onde sua condição é conhecida e receberá tratamentos dos mais variados: da adoração ao repúdio, do medo à curiosidade, do desprezo ao respeito e valor, etc. Tanto quanto haverão Bruxos Tradicionais mais discretos, silenciosos, ou até mesmo completamente desconhecidos, escondidos e isolados de tudo e de todos... É vasto esse leque, como pode ver. Mas, ainda assim, quem já não ouviu falar ou mesmo viu um Babalawô, ou um Babalorixá ou uma Yalorixá do Candomblé? Muitos podem dizer que convivem com tais pessoas, e mesmo já participaram de rituais abertos de suas Casas. O que não quer dizer que podem afirmar que sabem TUDO o que envolve a Tradição mantida por tais sacerdotes e sacerdotisas! O mesmo vale no que toca aos Kakus e Shuvanis ( Bruxos e Bruxas Ciganos ), assim como em relação aos praticantes da Benedicária, e demais Rezadores e Benzedeiras.
E aproveitando que você já citou o nome dela, tenho a dizer que respeito e gosto muito do trabalho da Márcia Frazão, os primeiros livros da Arte Bruxa que eu li foram os dela, e os recomendo a todos os interessados em descobrir mais sobre si e sobre a Bruxaria. Márcia é uma autora fantástica, e Bruxa como poucas...

F.Silva - Existe preconceito entre Classes “Pagãs”? Comutatividade ou mesmo rixas infantis entre eles?

Raven - Tal como disse anteriormente sobre Bruxos Tradicionais, retomo aqui em relação ao Paganismo: os Pagãos de facto são reconhecidos por suas atitudes e discursos. É assim que se separa o joio do trigo. E charlatanismo, infelizmente, é algo comum em todas as religiões e meios sociais...

F. Silva - Você sofreu ou sofre algum tipo de preconceito com relação a sua fé?

Raven - Acho que não há ser humano que não tenha passado por isso, pois preconceito é uma humanice: portanto, é algo próprio do bicho-homem, pouco importando se ele usa um crucifixo ou um pentagrama pendurado no pescoço. Quantos católicos já não se sentiram hostilizados por evangélicos? E vice-versa? Quantos umbandistas já não foram hostilizados por kardecistas? E os muçulmanos então? Por pessoas de todas as religiões assim como pelos sem-religião, são impiedosa e injustamente taxados de “terroristas”, como se elas mesmas, ao fazerem isso em relação aos muçulmanos em geral, não estivessem, com esse ato preconceituoso, praticando um terrorismo!
Já fui discriminado sim por ser Bruxo e Pagão, seja às escondidas ou mesmo na cara dura. E não só por evangélicos ou católicos, como também por kardecistas, exoteristas, ateus ( por paradoxal que possa parecer, pois os verdadeiros ateus não se incomodam nem um pouco com a crença religiosa alheia, mas enfim né ), e mesmo por quem se apresenta como pagão, bruxo e wiccan! E CLARO, que respondi à altura, exigindo respeito, e deixando claro que acesso SIM a Justiça se necessário for! Esse auto-respeito é essencial a todos, pois ter um pré-conceito sobre as pessoas e sobre as coisas no geral, é algo próprio do ser humano; todos nós temos pré-conceitos, ou seja: achamos que alguma coisa ou alguém é X, e quando de facto tomamos conhecimento de tal realidade ( ou seja, estabelecemos um conceito formado, e não mais um pré-conceito ), descobrimos que, na verdade, é Y ou Z; E tais conceitos pré-concebidos e errôneos em relação a nós ( inclusive quando são ofensivos ) são coisas que sempre vão existir, e só serão resolvidas com muito diálogo e auto-respeito: quem se dá ao respeito, quem sabe o valor que tem, e mais que isso, se respeita, já está dando GRANDES passos rumo a acabar com tal engodo.

F. Silva - Bruxas Tradicionais tem fé?

Raven - Rastreando etimologicamente, Fé advém de “fides”, no latim, origem da palavra “fidelidade”. Ser fiel a alguma coisa ou alguém é próprio do ser humano: novamente, é algo antropológico. Sendo Homo sapiens sapiens, as Bruxas Tradicionais possuem fé, sim.

F. Silva - O que seria Fé pra você?

Raven - Ainda na definição etimológica, posso dizer que é bem isso: ser fiel a alguma coisa ou alguém. E somos fiéis àquilo e àqueles que de facto conhecemos e sabemos quem e o que são. Eu tenho Fé na minha dermatologista, por exemplo, pois ela se mostrou sagaz profissional, além de possuir uma competência humana fantástica. Eu tenho Fé nos meus amigos, pois de amigo não chamo a qualquer um, mas sim àquelas pessoas especiais, seletas e preciosas, que me amam e me respeitam por quem e pelo quê eu sou, que compartilham comigo alegrias, tristezas, dificuldades, vitórias, idéias, desejos, sonhos... e tenho Fé nos Deuses, por saber que Eles existem ( e “saber”, aqui, envolve seu radical etimológico latino “sapere”: saborear, experimentar ). Eu experiencio os Deuses, eu saboreio a Presença Deles, a Sua existência... logo, sou fiel a Eles, ou seja: tenho Fé Neles.


F. Silva - Com o Modismo da Wicca, podemos dizer que o Tradicionalismo ou a Bruxaria Tradicional está a salvo de ser algo popular? E isso seria bom ou ruim?

Raven - A Bruxaria É popular. Sempre foi. O Poder de um Bruxo habita naquilo que ele é e onde ele está, ou seja: no sangue que corre em suas veias e na terra que ele pisa. No seu sangue, estão os Ancestrais de sua linhagem; e na terra, estão os Ancestrais daquele solo, onde jazem os ossos dos que antes ali viveram, caçaram, plantaram, colheram, amaram, lutaram e morreram. Essa dualidade é muito comum entre nós, Bruxos de raiz européia vivendo aqui no Novo Mundo. Mas, aqueles que têm o sangue mesclado com os indígenas desta terra ( tal como eu, com todo o orgulho e honra pelos Ancestrais dessa Terra dos Abençoados, que é o verdadeiro significado – de origem celta – do nome Brasil ), podem vivenciar isso tanto de um ponto de vista quanto de outro. Os Domicílios daquilo a que se convenciona chamar Bruxaria Tradicional, são vários: Clãs de Bruxos Hereditários; Coventículos e Guildas Iniciáticas de Bruxos Tradicionais ( que originaram as sociedades secretas e semi-secretas ), muitas vezes associados a Confrarias de Mestres de Ofícios Práticos ( tal como anteriormente citei: sapateiros, pedreiros, alfaiates, domadores de cavalos, entre tantos outros ); e também, nas Tradições Populares, no Saber do Povo ( mais conhecido pelo anglicanismo “Folclore” ), através de Festas religiosas em louvor a determinados Santos Católicos ( que são, em verdade, representatividades de antigas Divindades Pagãs, através do sincretismo religioso efetuado, a priori, pela própria Igreja, em seu intuito de conquistar mais fiéis entre as fileiras Pagãs; com o crescimento do poderio político-econômico-militar da Igreja, no entanto, e com as conseqüentes perseguições religiosas, foi a vez do povo Pagão se servir do sincretismo para, em primeira instância, se manterem a salvo, bem como a sua descendência; e também para manterem a salvo os Antigos Costumes e, com isso, terem como legar a Tradição para as gerações vindouras... ).
Sendo assim, a Tradição Bruxa foi preservada e legada por inúmeros meios: Através de jogos ( e os Oráculos, tais como o Tarot, a Cartomancia com Baralho comum, entre outras Mancias efetuadas com dominós, dados, moedas, tômbola – bingo – , etc, são uma prova gritante ); Através de danças ( só entre os Lusitanos, do interior de Portugal – herdeiros de uma linhagem sanguínea e cultural anterior à invasão romana e mesmo à celta, em terras ibéricas – são incontáveis as Danças populares, de carácter apotropaico, propiciatório, que se configuram em liturgias mágico-religiosas ancestrais, repassadas de geração em geração, tais como o Vira, a Dança da Tranca, os Pauliteiros de Miranda, o Fandango, etc ); Através de brincadeiras ( tais como o pique-esconde, em que a intuição e o velho instinto caçador são enaltecidos e treinados na criança, em seu exercício de procurar seus colegas escondidos; a brincadeira do anel, em que o anel vai sendo passado aleatoriamente, de mãos em mãos, se configurando num teste de intuição oracular, que leva a criança a adivinhar nas mãos de quem está o anel; as cirandas, que são saudações ao Círculo Mágico, que é a simbologia da própria Mãe Terra, além de enfatizar o Espírito de União da Comunidade: a saudação ao Laço Sagrado de Honra, que une a Estirpe, a Tribo, e que por si era uma Divindade, tal como vemos em muitos povos antigos – e que ainda existem, mantendo suas culturas Ancestrais – tais como os Lusitanos, que veneram Bandua e Bandonga: Deidades regentes dos Laços Sagrados de Honra e de Sangue, que unem o Clã e a Tribo; entre outras tantas brincadeiras, detentoras de raízes arcaíssimas ); Através de costumes típicos das festas sazonais ( os enfeites tradicionais das aldeias nos dias de Festa, tais como os ramalhetes de giesta nas portas ou os mastros adornados com coroas de flores e fitas multicoloridas, por ocasião dos Maios – Beltane – ou as lanternas feitas com caretos: cabaças esculpidas com caretas, com velas acesas dentro e que são um costume galego e celtibérico próprio das celebrações da Noite dos Idos ou Samônios – Samhain – e que deu origem às lanternas de nabos, batatas e beterrabas feitas pelos irlandeses, escoceses e ingleses, as quais, por sua vez, originaram – via colonização – o surgimento do costume estadunidense das lanternas de abóbora de Halloween, entre tantos outros ); Através da culinária ( as Maçãs do Amor, veeeeeeeeelhooooooo feitiço amoroso, tão comum na Festa de São João: oriunda da Noite de San Xoán, de Galiza e Norte de Portugal, continuação das velhas celebrações mágico-religiosas Pagãs do Solstício de Verão Europeu, em louvor a Belenos, Deus celta e lusitano do Sol, sincretizado com São João; bem como demais quitutes, tais como o quentão, Poção de Amor nascida de outra Poção Mágica típica dos povos ibéricos: a Queimada das Bruxas, entre outros; e por aí vai, o infindável cortejo de miríades de costumes, tradições, receitas, conjuros, simpatias, feitiços, oráculos, saberes, benzimentos, orações, invocações, pratos típicos, remédios caseiros, danças, cancioneiros, lendas, procissões, brincadeiras, etc, que compõem a Herança Mágica Popular: um dos mais antigos Domicílios da Tradição Mágica, da Bruxaria em si. Logo, mais do que dizer se é algo bom ou ruim, eu digo que a popularização da Bruxaria é factual... :)
Já a banalização é ooooooutraaaaaa história, mas como já disse uma vez: a Tradição está bem guardada, por aqueles que detém as Chaves Tradicionais. E por mais que se ventile a possibilidade de tais chaves caírem em mãos de profanos, ainda assim, confio nos desígnios dos Antigos. A chave certa, por mais que esteja diante da fechadura certa, NUNCA abrirá a porta, se estiver nas mãos erradas... trata-se de porta veeeeeeelha e manhosa, que só abre com aquele jeitinho esperto, de quem conhece os mecanismos de sua fechadura... e este tipo de pessoa, não é qualquer um... ;)

sexta-feira, 17 de maio de 2013

DIFERENÇAS; FIRMEZA, ASSENTAMENTO.

FIRMEZA -

É um altar que voce pode dedicar a um santo católico, guia de umbanda,orixá,divindade.
Quando se firmam forças, firmamos o que vem do mundo espiritual(santos católicos, guias,mentores)
Quando se firmam poderes, firmamos o que vem do mundo divino(Orixás, anjos).

ASSENTAMENTO -

É um altar poderoso, onde são assentados o poder e a força de um guia, orixá. Os assentamentos são mais para as religiões,são complexos e mais intensos do que as firmezas.
Na Igreja Catolica, um santuário de devoção de um santo é um ¨assentamento¨ desse santo.
No terreiro umbandista existem os assentamentos do pai de santo e dos filhos de santo que trabalham no terreiro.É um portal magístico.
Na residencia do pai de santo e dos filhos de santo, cada um deles pode ter um assentamento do seu respectivo Orixá de cabeça.Mas não é recomendável que esse médium transforme a cozinha da sua casa num mini-terreiro e fique ¨recebendo¨ guias em sessões domésticas.

Se um médium que foi iniciado na Umbanda não quiser mais frequentar seu terreiro ou nenhum outro terreiro, ele pode fazer um quartinho no quintal de sua casa ,por exemplo e aí ele vai trabalhar ¨autônomo¨.Ele pode usar preceitos que ele aprendeu no centro, mas legalmente ele não pode dizer que ¨abriu seu proprio centro¨ pois ele não é sacerdote, ele foi iniciado como filho de santo, mas não como pai de santo.
Nesse caso ele vai de assumir publicamente para fazer seu trabalho de caridade uma condição que no Brasil chamaríamos de um ¨vidente¨ ou sensitivo,mas ele deverá mostrar uma séria conduta e uma ética exemplar, além de ter um senso de realidade de que, não mais frequentando um centro ele fica sem fazer parte da egrégora daquele centro, ele fica avulso.
Ou seja, ele não terá o apoio do assentamento do terreiro para sua evolução pessoal, mas terá todo o apoio de seus guias, principalmente se esses guias aprovaram o divórcio desse filho de santo do terreiro original.
Isso é comum quando o terreiro pratica magia negra, ou faz ¨macumbinhas do mal¨ mediante pagamento em dinheiro, desvirtuando-se dos preceitos originais da Umbanda. Aquele médium honesto e que não comunga desse tipo de conduta, retira-se e seus guias o amparam.
No Nordeste do Brasil se usa o termo de que esse médium vai ¨botar mesa¨ em sua casa, reciclando uma antiga tradição xamânica nordestina, o Catimbó.

O que a benzedeira pode fazer?
O altar de uma benzedeira são as firmezas dos santos católicos de devoção dela.
A benzedeira pode firmar um guia espiritual da Umbanda em sua salinha de benzimento, mas não é recomendável um assentamento de Orixá( a não ser que ela seja uma filha de santo iniciada).
Pode ser que uma benzedeira seja simpatizante da Umbanda e pode-se pedir para um pai de santo para ele benzer um assentamento em sua sala. Mas isso não faz da benzedeira uma filha de santo.

O mundo espiritual não pertence a nenhuma religião.Se um preto velho se interessa pelo salutar e benéfico trabalho de caridade de uma benzedeira, esse guia vai se aproximar dela, e mesmo ela não frequentando centro umbandista, ele vai auxiliá-la em seus benzimentos.
mas se essa benzedeira tiver a mediunidade de incorporação e passar a ¨receber¨ um guia em casa, deve-se procurar um centro umbandista para desenvolver essa mediunidade no centro, podendo continuar a manifestar a mediunidade de benzimento estrita na sua residencia.
Caso o pai de santo aprovar um assentamento na residencia da benzedeira, ela poderá receber entidades em sua casa, com a supervisão desse pai de santo que a acompanha no centro(isso é raro).
Se a benzedeira quiser ser médium de incorporação avulsa, ela terá de ser autodidata, ler muitos livros, fazer cursos e ter bom senso de suas limitações.

terça-feira, 7 de maio de 2013

SIMPATIA PARA SOLUCIONAR CASOS ENROLADOS(NEGÓCIOS, TRABALHO, JUSTIÇA)

                                                    
INGREDIENTES;

- 7 velas brancas
-uma garrafinha ou lata de cerveja preta(malzbier)
- café preto forte sem açúcar
- uma laranja
- 3 copos descartáveis(pode ser de 100 ou 200 ml)
- 1 caixinha de fumo de rolo picado(vende em lojas de artigos de umbanda)
- incenso de jasmim(opcional)
- uma folha de papel sulfite branca(A4 comum)

COMO FAZER;
num altar doméstico ou lugar tranquilo(pode ser no seu quarto)
- coloque a folha de papel para forrar o local, no centro da folha, coloque:
1 copo com cerveja preta, o copo com o café sem açúcar, o copo com o suco puro da laranja(sem açucar)
 - coloque o fumo de rolo picado sobre o papel, em volta dos 3 copos, formando um circulo oval que envolve os 3 copos
- acenda as 7 velas em torno do papel(pode usar castiçais ou tampas de embalagens(requeijão, lata de conserva,etc.)
- reze um Pai Nosso, Ave Maria, e faça seu pedido na intenção dos pretos velhos da Linha de Xangô.explique qual é sua situação, o que esta enroscado, faça uma oração simples, lembre-se que Deus já sabe o que vc precisa,no final agradeça com a frase; Adorei as Almas.

- depois deixe as velas acabarem ,peça licença aos pretos velhos, agradeça com o Adorei as Almas,junte tudo, liquidos nos copos, restos de vela, fumo, embrulha tudo e joga no lixo.

NÃO DESEJE O MAL PARA NINGUÉM NA ORAÇÃO, DEIXE NA MÃO DA JUSTIÇA DE DEUS, seja humilde e peça para os pretos velhos te ajudarem conforme o seu merecimento, porque se alguém lhe deve hoje, pode ser que em outra vida passada voce deveu para os outros e voce talvez tenha sido o enrolão.

DEPOIS AGRADEÇA;depois que voce fez a simpatia, agradeça a Deus e ,em nome de Saõ Jeronimo, ofereça uma cesta básica para uma instituição de caridade com uma parte do dinheiro que recebeu,por exemplo.

ORAÇÃO DAS 3 CHAVES DE SÃO PEDRO

São Pedro, Príncipe dos Apóstolos,
Vosso nome era Simão, que Jesus Cristo
mudou para Pedro, a fim de serdes
a pedra sobre a qual o Senhor iria
construir o templo da Fé.

Mudando Vosso nome, o Senhor
vos entregou as três chaves do segredos
e dos poderes, no céu e na terra,
dizendo-vos:

O que desligares da terra,
será desligado nos Céus.
São Pedro, Príncipe dos Apóstolos,
a primeira chave é de ferro
abre e fecha as portas
da existência terena.

A segunda chave é de prata,
abre e fecha as portas
da sabedoria.

A terceira chave é de ouro
abre e fecha as portas
da vida eterna.

Com a primeira, abris a entrada
para a felicidade na terra;

com a segunda, abris a entrada
para o pórtico da ciência espiritual;
com a terceira, abris o Paraíso.

Fechai, glorioso Apóstolo mártir,
para mim, os caminhos do mal
e abri os do bem.
Desligai-me na terra para que
eu esteja desligado nos Céus.

Com a vossa chave de ferro,
abri as portas que se fecharem
diante de mim.

Com a vossa chave de prata,
iluminai meu espírito, para que
eu veja o bem e me afaste do mal.

Com a vossa chave de ouro,
descerrei as entradas da corte celestial,
quando o Senhor for servido chamar-me.

O que desligares na terra será desligado nos Céus,
o que ligares na terra será ligado nos Céus.

Glorioso São Pedro,
vós que sabeis de todos os segredos
dos Céus e da Terra, ouvi meu apelo
e atendei a prece que vos dirijo.

Assim Seja!

sábado, 13 de abril de 2013

OPINIÃO SOBRE MITOLOGIA PAGÃ E CRISTIANISMO

Sobre um "purismo" no neopaganismo.


Aqui, Oferenda de Verão de Alma-Tadema. Esse pintor
é conhecido por retratar cenas do cotidiano da antiguidade.
Se não soubéssemos disso, poderíamos confundir essas
mulheres e suas oferendas com mulheres do mundo
contemporâneo? Seriam elas pagãs ou cristãs?
E ainda assim, isso faria alguma diferença?
Ao longo dos dias que envolveram o feriado da Páscoa pude observar um certo comportamento nas redes sociais que, confesso, me deixou um pouco incomodado: o compartilhamento constante de imagens e frases que faziam referência às origens pagãs da celebração que é popularmente conhecida como uma festa cristã. Até aí tudo bem, afinal, de fato praticamente todos os feriados religiosos cristãos tem sim, indubitavelmente, uma origem no paganismo antigo.

Mas isso seria motivo para desqualificar as expressões cristianizadas dessas festas? Será que uma celebração religiosa, por ter sido “pagã” séculos atrás, deve ter a sua face “cristã” desconsiderada? Me pergunto se esse tipo de mentalidade não reflete um certo sentimento de “purismo” no paganismo contemporâneo.



Eu prefiro pensar que a história é viva, constante e está em um intenso movimento de transformação do qual somos os que conduzem, mas que também somos os conduzidos. Não consigo encontrar menos sinceridade em um cristão que se utiliza do simbolismo do ovo para representar o renascimento do seu Cristo quando comparado a um pagão que se utiliza do mesmo ovo para representar a prosperidade ou a fertilidade da Natureza. Ao invés de falar que o cristianismo“rouba” ou “copia” as festas dos povos antigos, eu prefiro dizer que o cristianismo transforma-as, lhes dá uma nova roupagem e algumas vezes um novo sentido ou significado: mas não sendo purista, não tenho porque pensar que as primeiras festas, as “originais” são “melhores” ou mais “verdadeiras” que as festas cristianizadas pelo simples fato de terem aparecido primeiro.


Seria ingenuidade nossa, afinal, crer que as antigas festividades da deusa Eostre “nasceram”, prontas, como tal nós as conhecemos. Afinal, o fato de termos uma deusa da prosperidade cujo símbolo era um coelho e o costume antigo de presentear os entes queridos com ovos são só alguns e poucos dos elementos dessas expressões rituais cuja maior parte, infelizmente, morreu no passado. E antes disso, como os povos antigos celebravam o que hoje nós entendemos por primavera? Será que as festas de Eostre já não são uma “cópia”de festas mais antigas? E essas festas mais antigas, segundo o raciocínio comum, não seriam “melhores” pelo simples fato de serem mais antigas?

No caso do natal, muitos dizem que ele só é uma “cópia” das celebrações de Mitra. Mas as celebrações de Mitra no Império Romano também não seriam uma “cópia” do Mitra do Oriente? E as cerimônias do Mitra oriental, vieram de onde? E antes disso?

O que eu quero demonstrar, por ora, é que as celebrações cristãs, na missa ou nas procissões nas redondezas da igreja, podem ser tão válidas quanto as celebrações que fazemos envolvidas pelos nossos círculos mágicos. Afinal, o que nós estamos comemorando são só pequenas facetas e máscaras de uma realidade muito maior do qual não podemos explicar – ou seria muita pretensão tentar fazê-lo. Como já disse, quando um cristão ora para o seu Cristo, não está mais errado do que um judeu que ora para o seu Javé ou do que um pagão que reza para sua Deusa Mãe.

É importante conhecer a história? Sem dúvida! Mas não utilizemo-na para dizer que nossas crenças, por terem raízes mais antigas, são mais válidas ou mais “originais” que as outras doutrinas, mais recentes, que seguiram essas mais velhas. Afinal, a história é imortal. E mais que imortal, ela distribui o erro e o acerto, a verdade e a mentira, para todos os lados.

FONTE; www.diannusdonemi.com.br


terça-feira, 9 de abril de 2013

RAMATIS EXPLICA SOBRE AS BENZEDEIRAS

PERGUNTA: – Ser-vos-ia possível dizer algo sobre o tradicional benzimento do “quebranto” das crianças, o qual é levado a sério em muitos lares brasileiros, embora repudiado como tolice pela ciência acadêmica?
RAMATÍS: – Realmente, a maioria das mãezinhas brasileiras confia no sucesso do benzimento contra o chamado “quebranto”, e o responsabilizam pela apatia, sonolência, melancolia, inquietação, tristeza e inapetência dos seus rebentos queridos. Trata-se de perturbações morbígenas, que são atribuídas à projeção de fluidos de inveja, ciúme ou despeito lançados pelas pessoas de “mau-olhado”. Aliás, não vos deve ser desconhecido o caso de aves, animais e flores, que se abatem, adoecem e murcham depois que certas criaturas possuidoras de “olhos ruins”, os desejam ou invejam.
Embora a Medicina e os cientistas terrenos considerem o “quebranto” uma velha e tola superstição, o certo é que ele exerce-se disciplinado por leis tão lógicas como as que também coordenam o curso e a estabilidade das órbitas eletrônicas no seio dos átomos. Os fluidos etéricos e rnalfazejos projetados pelas criaturas invejosas, ciumentas ou despeitadas podem acumular-se no perispírito indefeso das crianças e chicotear-lhes o duplo etérico, perturbando o funcionamento normal dos “chacras” ou centros de forças etéricas.
O “chakra esplênico”, situado à altura do baço, no duplo etérico, responsável pela vitalização e pureza sanguínea, é o centro etérico que mais sofre e se perturba sob os impactos ofensivos dos maus fluidos, pois reduz a entrada do fluxo prânico, e afetando a saúde da criança, ela perde a euforia de viver, ficando triste e melancólica. Restringindo o tom energético do metabolismo etéreo ou magnético vital, o perispírito também é afetado no seu intercâmbio com a carne na sua defensiva natural.
O fenômeno do “quebranto” lembra o que acontece com certas flores tenras e sensíveis, que murcham prematuramente sob as emanações mefíticas dos pântanos. E o benzimento é o processo benfeitor que expurga ou dissolve essa carga fluídica gerada pelo “mau-olhado” sobre a criança, ou mesmo exalada de certas pessoas inconscientes de sua atuação enfermiça sobre os seres e cousas.
O benzedor do quebranto também bombardeia e desintegra a massa de fluidos perniciosos estagnada sobre a criança ou seres afetados desse mal, desimpedindo-lhes a circulação etérica. Embora os sentidos físicos do homem não possam registrar objetivamente o processo terapêutico de eliminação do quebranto, a criança logo se recupera.
PERGUNTA: – Há fundamento de que basta benzer a “touca” da criança afetada pelo quebranto, para então produzir-se o mesmo êxito terapêutico, como se ela estivesse presente ao benzimento?
RAMATÍS: – Considerando-se que a matéria é energia condensada, é óbvio que todos os objetos e cousas do mundo material emitem ondas “eletromagnéticas” e radiações do seu corpo ou duplo etérico, de cujo fenômeno originou-se a ciência da radiestesia, ou seja, o estudo e a pesquisa dessas emanações radioativas. Conforme já explicamos nesta obra o radiestesista sensível consegue identificar até as doenças alheias e prescrever a medicação certa, quer o faça pelo exame pessoal, como pela auscultação de um pouco de cabelos, um anel, um lenço ou mesmo de qualquer objeto de uso pessoal do enfermo.
No caso do benzimento da touca da criança com quebranto, o benzedor potencializa o duplo etérico da mesma pelo exorcismo fluídico e acelera o seu circuito magnético para uma ação dispersiva no foco virulento. Atrai as energias fluídicas benfeitoras, concentra-as na touca e depois as dinamiza pela sua vontade e pelo treinamento incomum. Então, quando a touca é colocada na cabeça da criança com quebranto, o potencial vigoroso concentrado pelo benzedor dispersa as forças daninhas, tal qual o reator atômico ativa e acelera as órbitas eletrônicas no seio nuclear dos átomos.
Quando a Ciência terrena aperceber-se da contextura sutilíssima do duplo etérico e da fisiologia dos chakras, cujo corpo imponderável é também fonte do ectoplasma mediúnico, ela então poderá solucionar inúmeras incógnitas na esfera da patologia humana, pois identificará desde o mecanismo oculto da ação hipnótica, o centro mórbido da epilepsia, a base imponderável das premonições e a natureza mais etérica de certos vírus e bacilos desconhecidos, muito afins a certas moléstias de cura dificultosa como o câncer.
PERGUNTA: - Em certo capítulo desta obra dissestes que o benzimento, a simpatia e o exorcismo também podem curar os doentes sensíveis a essa terapêutica exótica. Podeis explicar-nos melhor esses fenômenos de cura?
RAMATÍS: - Embora a medicina acadêmica explique cientificamente todas as vossas moléstias, há certas enfermidades, e em particular as de pele, que realmente são curáveis pelo processo de benzimentos, simpatias, exorcismos ou passes mediúnicos. Nada existe de misterioso nessa técnica terapêutica, pois o seu sucesso deve-se ao fato de o benzedor ou passista projetar sobre o doente o seu magnetismo hiperdinamizado pela sua vontade e vigor espiritual.
Em verdade, desde os tempos imemoriais existiram criaturas que benziam e curavam eczemas, impingens, “cobreiros”, feridas malignas, manchas, verrugas, cravos e nódulos estranhos que afetam o corpo humano. Outras sabiam eliminar bicheiras, as doenças do pelo do animal e também o “quebranto”produzido pelas pessoas de “mau-olhado”, cujos fluidos ruins afetavam as crianças, os vegetais e as aves.
PERGUNTA: - Mas os cientistas terrenos acham que tudo isso são lendas ou superstições tolas. Que dizeis?
RAMATÍS: - No século atual, realmente, esse êxito terapêutico é bem mais reduzido porque o homem moderno, além de sua descrença habitual ou do seu vaidoso cientificismo do século atômico, “fecha-se” de modo negativo à ação benfeitora dos fluidos e das energias que lhe são projeta das no processo oculto de benzimentos, exorcismo ou simpatia.
O indivíduo demasiadamente racionalista é escravo de sua personalidade e vaidoso do seu intelecto. Deste modo, ele torna-se impermeável à terapêutica dos benzimentos, cujo processo esotérico é sensibilissimo e exige muita receptividade magnética. Aliás, a atitude de “fé” ou de “humildade” favorece certas criaturas para o êxito dos tratamentos magnéticos ou homeopáticos, pois amplia ou aumenta a sua receptividade ou absorção do fluxo das energias curativas que lhes são transmitidas no tratamento.
Mas acontece que os enfermos, em geral, só procuram os benzedores quando já se encontram completamente desiludidos da farmacologia e da medicina do mundo. Só recorrem a essa terapêutica depois de saturados de injeções, pomadas, sulfas, antibióticos e drogas alopáticas, algumas das quais são ofensivas à própria natureza psíquica do homem.
Então, já minados por remédios violentos que provocam novas intoxicações, tornam-se refratários ao processo delicado do tratamento fluídico. E assim, por exemplo, um eczema que é de natureza mórbida “mais fluídica” ou psíquica, também se torna mais resistente aos benzimentos, porque a sua erupção foi agravada pelas medicações agressivas ou irritantes.
Sem dúvida, devemos louvar a medicina moderna pelo seu esforço na solução das afecções cutâneas, e, também, pela tarefa profilática contra os tratamentos perigosos, anti-higiênicos e supersticiosos, próprios dos curandeiros ignorantes ou farsantes, que negociam com a dor humana.
No entanto, como os eczemas ou os “cobreiros” têm sua causa principal nos maus fluidos psíquicos produzidos pelo próprio enfermo, em geral, são incuráveis pelos métodos tradicionais da medicina acadêmica. Malgrado a crítica dos médicos contra o empirismo terapêutico dos benzedores ou passistas, essas infecções cedem e desaparecem sob a terapia dos benzimentos, passes ou exorcismos porque o magnetismo vivificante dispersa os fluidos ruinosos concentrados na parte afetada.
 
Por: Ramatís – Médium: Hercílio Maes – Do livro Mediunidade de Cura – Editora do Conhecimento
Fonte: Ramatís Missão de Luz