domingo, 12 de agosto de 2012

EXEMPLO DE REZADEIRA SINCERA


 

REPAREM NESSA SINGELA REZADEIRA DO INTERIOR DO RIO GRANDE DO NORTE QUE POSSUI EM SEU ALTARZINHO IMAGENS DE SANTOS CATOLICOS E DE UMA ENTIDADE QUE PARECE SER ZÉ PILINTRA, UM MESTRE DO CATIMBÓ MUITO POPULAR AQUI NO ESTADO.
MUITAS BENZEDEIRAS/REZADEIRAS FAZEM ESSA COMBINAÇÃO E INFELIZMENTE ,É MOTIVO PARA PRECONCEITO.
EU TAMBÉM, AQUI ONDE MORO JÁ APARECEU GENTE QUERENDO QUE EU FIZESSE FEITIÇOS DE AMARRAÇÃO OU DE ¨MACUMBA¨ PARA ATRAPALHAR OS OUTROS.

MAS EU ME RECUSEI, É CLARO.
LEIA COM ATENÇÃO,É UM RESUMO DO QUE SE PASSA COM MUITOS DESSA CLASSE DE ABNEGADAS PESSOAS QUE REZAM.

Antigamente, para as pessoas que moravam em pequenos povoados e sítios, médico era coisa para ‘quem tinha dinheiro’. As pessoas se curavam mesmo pela fé nos trabalhos das famosas rezadeiras, geralmente mulheres idosas, que com ramos de planta faziam uma reza e ‘espantavam’ qualquer mal.
E assim é a vida de dona Maria das Dores Fernandes, hoje aos 73 anos, mas curandeira desde adolescente, no Sítio Cajueiro, município de Campo Grande. Hoje, ela mora na comunidade de São Romão II, zona rural de Mossoró.
“Eu era pequenina ainda quando minha mãe já contava que eu pegava o raminho e ficava brincando com todas as crianças perto da minha casa. Eu morava próximo a uma velha que rezava as pessoas, fazia ladainhas e gostava muito de observar. Muitas pessoas a procuravam para rezar e eu gostava de imitar ela”, disse.
Mas segundo ela, os pais não gostavam da prática e assim não consentiam que ela a fizesse, nem por brincadeira. “Era sempre debaixo de peia quando minha mãe me via brincando de rezar as outras crianças. Eu já adolescente, um tio meu veio a falecer e depois disso eu o vi, e ele me pediu para rezar uma missa pela alma dele. Fui contar para minha mãe e ela me bateu muito. Depois passei vários dias impressionada com isso, sem querer dormir, mas outro tio meu, que veio de Fortaleza conversou muito comigo, e disse que isso era um dom”, lembrou.
Nos anos de adolescência de dona Maria das Dores, foram várias surras pela insistência dela em ser rezadeira, foi quando, contou ela, que ameaçou ir embora de casa. “Quando as primeiras pessoas começaram a ficar curadas com a minha reza, minha mãe não quis aceitar e passou a me bater ainda mais, então eu avisei logo ao meu pai. Ele disse para minha mãe que pior seria que eu me perdesse no mundo, que eu fosse embora e não voltasse mais, então ela passou a suportar”.
O marido, com quem teve oito filhos, apesar de ser muito católico, nunca se importou com a prática da reza nas outras pessoas. “Um dia um homem passou na casa onde a gente morava e me deu uns livros falando sobre Alan Kardec, eu li e descobri que eu era uma vidente, então passei a estudar mais sobre isso. E em outra ocasião, em que outro parente meu veio a falecer, comprovei isso, pois coloquei a mão no rosto dele, no caixão e senti como se ele me falasse que estava tudo bem. Hoje sei que sou vidente, mas sou espírita e católica”, disse.
Em meio as muitas imagens de santos, Maria das Dores também guarda um quadro, com uma foto de Alan Kardec, fundador da doutrina espírita, além de três copos com água, que segundo ela, servem para enxergar qual mal existe em determinada pessoa.
“Eu peço para que a pessoa ponha a mão em cima do copo, enquanto eu rezo, e depois que ela sai eu estudo aquela doença, observo o esqueleto da pessoa, que fica dentro da água daquele copo. Se a pessoa quiser saber, eu digo, se não fico só para os meus conhecimentos”, afirmou.
Segundo Maria das Dores, pessoas de várias localidades próximas vêm procurá-la. “Eu rezo para curar dores de cabeça, de dente, “vento caído”, mau olhado, e várias outras coisas. Mas têm pessoas que chegam aqui e quando rezo que vejo que não vai dar certo, mando logo procurar o médico”, disse.
O que ela não faz são ações que segundo ela, considera maldade, ou seja, que vão prejudicar a vida de outras pessoas.

“Já me deparei com várias coisas, pessoas vindo aqui querendo que eu faça trabalho para atrair homem ou mulher, ou para prejudicar outras pessoas, isso aí eu não faço. Ainda quando eu era moça, um homem muito rico veio à casa dos meus pais e queria me pagar caro para que eu desmanchasse o casamento de uma mulher que ele tava apaixonado, mas eu não aceitei. Minha mãe me bateu muito nesse dia, queria que eu tivesse feito, mas meu pai compreendeu”, lembrou.
A professora Regina Gadelha esteve na casa de Maria das Dores, para que a senhora a rezasse para curar uma dor no dente. “Faz muitos anos que eu convivo com essa dor, de uma inflamação na gengiva. Já procurei vários dentistas, médico de cabeça e pescoço, mas nunca fiquei boa. Eu vim a trabalho a essa comunidade e fiquei sabendo que ela rezava. Creio demais nessas coisas, então vim”, disse.
O marido faleceu de infarto, e hoje ela mora na comunidade de São Romão, próximo a residência dos cinco filhos vivos, é a curandeira oficial da região.
Só não curo o que não é da vontade de Deus, porque quando estou rezando e fazendo o movimento de cruz com o ramo no corpo da pessoa, estou invocando o poder de Deus, a vontade dele”, concluiu.
E como para ela é uma coisa de Deus, não há um valor estipulado para essa ‘medicina’, e não cobra pelo trabalho, recebe apenas se a pessoa quiser lhe oferecer uma ajuda.
Com informações da repórter Monalisa Cardoso
Fotos: Wilson Moreno/Gazeta do Oeste


FONTE; www.campograndern.com.br

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