sábado, 29 de setembro de 2012

REZADEIRAS DE OLHO DÁGUA

As rezadeiras mais conhecidas de Olho D'Água
É um ambiente de fé e de luz a casa de uma rezadeira. Quem já procurou alguma para se benzer sabe do calor humano que se pode sentir ao estar diante de uma das figuras mais mágicas e singulares da cultura popular brasileira. O olhar, o acolhimento, as vibrações positivas, o sentimento de proteção, são coisas que enchem nossa alma de felicidade. Numa casa simples, na esquina ali na frente, em uma cidadezinha de interior, em uma estrada na roça, em um lugar singular é sempre possível encontrar alguém com o dom da reza e da cura. São rezadeiras, curandeiras (os), benzedeiras, rezadores, pessoas que dedicam grande parte do seu tempo para simplesmente ajudar os outros.Em Olho D’Água, mesmo sem nenhum registro oficial do número de pessoas que rezam, ainda é possível encontrar senhoras conhecidas por livrar muita gente de males que às vezes a medicina oficial desconhece. Temos Dona Olindina Benta da Silva, 82 anos, natural de Olho D’Água, rezadeira há mais de 20 anos, devota de São Francisco das Chagas, aprendeu a rezar com sua mãe a senhora Maria Antônia de Jesus. Dona Dedé de Piricoco - como é mais conhecida na cidade -prestou serviços à comunidade como parteira e rezadeira, e ainda hoje continua abençoando a comunidade com sua reza. Segundo a mesma, recebe em sua casa de 5 a 6 pessoas por dia para rezar de olhado, dor de cabeça e dor reumática. Para Dona Dedé, ser rezadeira é um dom que Deus lhe permitiu diante da grande fé que demonstrou durante sua longa vida.


Olindina Benta da Silva
Outra rezadeira da cidade é Francisca Leite da Costa Almeida, de 63 anos, nascida no sitio Várzea Grande no município de Olho D’Água e de extrema devoção a Santa Francisca da cruz da menina. Dona Francisquinha aprendeu a rezar com a senhora Anunciação do sitio Pereiro que já estava no término de sua vida. Ela recebe em casa uma média de 9 pessoas por dia para rezar de ventre caído, olhado, erisipela e principalmente de ferida de boca (?), alcançando sempre as graças concedidas por Deus. Visivelmente o número de rezadeiras da cidade tem diminuído ao longo dos anos, indagada sobre esta questão, Dona Francisquinha explica-nos que esta diminuição está relacionada ao fato de que algumas vezes as mazelas das pessoas passam para as rezadeiras fazendo-as parar de rezar. De qualquer modo, estas e outras rezadeiras de Olho D’Água tem nos dado uma grande contribuição e sempre estão dispostas a atender a todos
Francisca Leite da Costa Almeida

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