sexta-feira, 14 de setembro de 2012

BAIANOS,SEREIAS,MALANDROS

BAIANOS


São entidades intermediárias entre os pretos velhos e os exús/pombagiras.
Ótimos para sintonizar na irradiação de benzimento sem incorporar.
Xica Baiana, Baiano Grande Constantino Chapéu de Couro, Mané Baiano, Rita de Cássia, Corisco, Maria do Balaio, Zeferino, Silvino, Baianinho, Zefa e Zé Moreno.  Cores: verde, amarelo, vermelho e marrom.
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SEREIAS

O arquétipo das sereias já existia nos mitos e lendas de vários povos. De acordo com Pai Rubens Saraceni, as sereias e demais encantadas (os) aquáticas (os) são seres naturais, isto é, espíritos que nunca encarnaram, regidos por mãe Yemanjá, tida por elas como mãe divina de todas. Elas têm um poder de limpeza, purificação e descarga de energias negativas superior a qualquer outra das linhas de trabalho de Umbanda Sagrada.

Essa entidades espirituais, quando incorporam, não costumam falar, mas emitem um som, repetido o tempo todo, que imita um canto e é um poderoso mantra aquático diluidor de energias negativas.

São ótimas para anular magias negativas, afastar obsessores e espíritos desequilibrados ou vingativos, para limpeza de lares e para harmonização de casais ou famílias.

As sereias verdadeiras são seres naturais regidos por Mãe Yemanjá. As Ondinas, ou antigas sereias são mais velhas e regidas por Mãe Nanã. As encantadas elementais aquáticas são regidas por Mãe Oxum. Essas três mães d’água regem o mistério sereia, do ritual de Umbanda Sagrada, e todas podem incorporar com cantos de Yemanjá, Oxum e de Nanã.
Esses seres de natureza aquática só existem em seu lado espiritual, pois não existem no lado material, onde são apenas lendas. No estágio encantado são sereias e quando alcançam o estágio natural são denominadas ninfas (estágio intermediário para depois tornarem-se Orixás da Natureza: Yemanjás, Oxuns e Nanãs). Esses espíritos híbridos possuem magníficos poderes que podem nos ajudar muito, quando os colocamos em nosso auxílio.

Na incorporação, há sereias que ficam em pé e se movem com passos de dança. Há aquelas que ficam sentadas de lado e outras que vêm deitadas, mas se movimentam como se estivessem nadando ou se banhando nas ondas do mar. Em seus movimentos, vão recolhendo as cargas energéticas negativas dos médiuns e da assistência.

Pai Rubens considera esse arquétipo poderoso porque tem por trás dele os Orixás femininos da águas, forças primordiais da criaçao.

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MALANDROS


As entidades que hoje se manifestam nessa “nova” linha de ação e trabalho umbandista, antes chegavam nas giras nas linhas dos Baianos ou dos Exus. Aos poucos, foram sendo aceitos, respeitados e procurados, ganhando linha própria, comandados por Seu Zé Pelintra.

Originaram-se no Catimbó nordestino, com identidade na pajelança xamânica dos índios brasileiros e no catolicismo, na chamada Linha dos Mestres e do culto à Jurema sagrada, bem antes da Umbanda. São o resultado da grande miscigenação cultural e racial brasileira e retratam as populações marginalizadas, desfavorecidas, pobres e sofredoras das periferias do país, tanto rurais quanto urbanas.

O Catimbó se desenvolveu paralelamente à Umbanda, mas ambos se encontraram nos grandes centros urbanos. O termo “Mestre”, usado no Catimbó, vem da feitiçaria européia, principalmente a portuguesa, da qual adotou várias práticas, inclusive o uso do caldeirão e rituais de magia. É fundamental no Catimbó o uso de ervas e raízes, a fidelidade aos dogmas do catolicismo, aos santos, ao terço, à água benta e à reza. O trabalho e a força estão na fumaça e nas ervas. O fumo é especialmente preparado e a magia do trabalho vai pelo ar, no tempo, junto com a fumaça e a bebida.

Em geral, os mestres são espíritos curadores que tiveram mortes trágicas e se “encantaram”. Trabalham para a solução de alguns problemas materiais e amorosos.

As entidades que se manifestam na Linha dos Malandros são um agrupamento de espíritos que viveram suas reencarnações na pobreza e no sofrimento, mas souberam tirar da dor o humor e o jogo de cintura para driblar a miséria e o baixo astral. Por onde passam levam alegria e arrancam sorrisos e gargalhadas, com seu samba no pé, sua ginga e malandragem.

Os malandros do astral não são marginais do além, como muitos supõem. São espíritos amigos, voltados para a prática da caridade espiritual e material. Propagam o respeito ao ser humano, a tolerância religiosa, a humildade, os bons exemplos, o amor ao próximo, o amparo às crianças desamparadas e aos idosos. Combatem as trevas e desmancham feitiços e magias negras.

Em locais de extrema pobreza e ausência de assistência pública e de justiça humana, os malandros estão presentes com sua misericórdia, buscando aliviar o sofrimento e socorrer os necessitados, enxugando as lágrimas dos que sofrem.
Manifestam-se na Linha dos Malandros muitos “Zés”: Zé Pelintra, Zé da Virada, Zé Navalha, Zé Malandrinho, Zé da Faca e outros, como Chico Pelintra, Cibamba, Seu Malandro. São “mandingueiros” do bem e apresentam grande senso de humor em suas manifestações. São entidades da rua, encontrados em bares, festas, subidas de morros etc.

Zé Pelintra é uma entidade urbana, que pode até nada ter a ver com a origem dos mestres, mas é chamado de mestre catimbozeiro, doutor, curador, conselheiro, defensor das mulheres, das crianças e dos pobres, guerreiro da igualdade social, médico dos pobres, advogado dos injustiçados, dono da noite e rei da magia. Tem grande importância nos catimbós e nas macumbas cariocas e é o protetor dos comerciantes, principalmente de bares, lanchonetes, restaurantes e boates.
A saudação para essa linha é: Salve os Malandros! Salve a Malandragem!

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